A Champions League 2018-2019 não foi nem de longe a que mais entregou no aspecto técnico, ou tático, dos últimos anos, mas certamente, é aquela que mais trouxe grandes histórias. Depois de o Liverpóol remover uma montanha para eliminar o Barcelona na Terça-feira, na quarta-feira, foi a vez do Tottenham superar tudo, para fazer uma grande história contra o Ajax, que já havia feito grandes histórias nessa Champions.
O Tottenham havia perdido em Londres para o Ajax por 1 a 0, e foi cheio de desfalques para a volta em Amsterdã, incluindo Harry Kane, seu principal jogador. O elenco do Tottenham, com poucas contratações, não é muito numeroso, e além do mais, o Ajax chegou a abrir 2 a 0 no jogo, virando o primeiro tempo com ampla vantagem. Pochettino, que havia colocado Eriksen como meia pela direita, Son de atacante pela esquerda, e dele Alli e Lucas centralizados de começo, sacou o volante Wanyama, botou em campo Fernando Llorente, apostou na disputa do espanhol pelas jogadas aéreas, conseguiu dominar a segunda bola, e com um hat-trick de Lucas Moura, virou a partida, avançando no saldo qualificado. O terceiro gol só saiu nos acréscimos.
Sem David Neres, o Ajax teve Tadic pela direita, e Doolberg, um centroavante mais de posição, na frente. Assim, sem o sérvio como Falso 9, os Godzens perderam na abertura de espaços para a infiltração de van de Beek, principal elemento do jogo de ida. Com Sishoko e Wanyama na frente da área desde o começo, o Tottenham também havia controlado melhor os espaços entre linhas, e tendo Lucas, Alli, Erksen e Son na frente, incomodou mais a saída de jogo rival, pressionando especialmente de Jong, principal organizador da saída de jogo do time de Ten Haag. Na segunda etapa, com os Spurs mais expostos, faltou ao Ajax mais poder para pressionar e contragolpear, e mais uma vez Neres fez falta, Zyiech era a principal válvula de escape em velocidade, e em jogadas suas, o Ajax teve duas chances para marcar, mas na principal delas, parou na trave. Um projeto muito grande, com um futebol empolgante, e que encantou a Europa com grandes atuações na Champions, merecia uma final, assim como a superação do Tottenham. Mas só havia lugar para uma história na grande decisão.