Logo em sua primeira temporada como treinador de uma equipe profissional, Pep Guardiola comandou um Barcelona que foi hegemônico, conquistando o triplete na temporada 2008-2009, e em seguida, acumulando mais três títulos no ano corrido de 2009, somando um total de seis taças em um ano do calendário solar, recorde absoluto de um clube de futebol. Na temporada seguinte, o Barça Pep só não faturou mais um triplete, pois a Internazionale de Mourinho o travou. Em busca de melhores dias, o Real Madrid foi até a Itália buscar o treinador português, que era na prática quem melhor sabia encarar o Barça, desde os tempos de Chelsea, e em que o time catalão era treinado por Frank Rijkaard. Além disto, a Internazionale, para se sagrar campeão da Liga dos Campeões 2009-2010, e conpletar seu triplete, ainda teve de derrotar na grande decisão o Bayern de Munique, que era treinado por Louis van Gaal, um dos mestres, se não o maior mestre, de Pep Guardiola.

O Mundo esperava muito pelo primeiro duelo entre o Real Madrid de Mourinho e o Barcelona de Guardiola, e ele ocorreu no Camp Nou, em Barcelona, no dia 29 de novembro de 2010, sendo válido pela 13ª rodada do Campeonato Espanhol 2010-2011. O Real não fez grandes mudanças em sua escalação, e apostou na base forte do 4-2-3-1, onde o quarteto Dí Maria-Ozil-Cristiano Ronaldo-Benzema/Higuaín, vinha encantando. Já o Barcelona também manteve o 4-3-3, variando para o 4-1-4-1 em fase defensiva, o que deixava o duelo sem mutações, e colocava em oposição as equipes puras, sem adaptações fortes. Era o Real que empolgava, contra o Barça que dominava.




O Real não se adaptou ao Barcelona, como já dito. E de seus homens de frente, só Dí Maria tinha maior intensidade na marcação, embora Cristiano Ronaldo participasse bem mais da fase defensiva do que faria futuramente. Assim, pouco foi feito, e o Barcelona seguiu tendo muita posse de bola, em campo ofensivo (63% a 37%). Com dois extremos bem agudos, Villa pela esquerda e Pedro pela direita, mas que voltavam para marcar muito pelos lados, formando uma linha com Xavi e Iniesta, na frente de Sergio Busquets.

Durante o primeiro tempo, o Barcelona tomou o controle, para não perder mais. Preenchendo o espaço com a posse de bola, o Barça ditou o ritmo ao jogo. Messi recuava, se associava, e ou ele, ou um dos extremos, davam profundidade, com movimentos em diagonal. O resultado, foi um recital blaugrana, que se encerrou com uma goleada de 5 a 0. Iniciava ali um novo capítulo na história do El Clásico, que teria inúmeros desdobramentos nos anos seguintes, auxiliando a evoluir o próprio futebol como esporte.