O Liverpool, três anos depois, protagonizou um novo milagre de Anfield. E 14 anos depois, trouxe uma nova noite mágica de Champions League. Se em 2016, os Reds saíram atrás na Alemanha, e depois se viram perdendo em casa para o Borussia Dortmund nas quartas-de-final da Europa League, mas venceram de virada e avançaram para chegarem ao vice-campeonato, já sob às ordens de Jurgen Klopp, e quase uma década e meia atrás, empataram uma final de Champions que perdiam por 3 a 0 para o Liverpool, e venceram nas penalidades, dessa vez, após perderem para o Barcelona por 3 a 0 no Camp Nou no jogo de ida da semifinal da Champions League 2018-2019, venceram os blaugranas por 4 a 0 em Anfield, e vão para a sua segunda final consecutiva de Liga dos Campeões.
O Liverpool não tinha Salah e Firmino, seus atacantes ao lado de Mané, o que tornava a reversão do cenário de derrota na ida, mais difícil ainda. Jurgen Klopp, sabedor de que sua equipe não fez um jogo ruim na ida, manteve a estratégia de apostar em marcação alta e bolas longas, contra um Barcelona que é claramente lento. Já o Barcelona de Ernesto Valverde optou por marcar com blocos baixos, mesmo sempre sofrendo em cenários assim. Os melhores jogos blaugranas nesta era Valverde, são com a posse de bola sendo mantida de maneira lenta na frente, para a equipe não sofrer com a transição defensiva. Contra o Liverpool, o Barça até teve mais o contragolpe do que de costume, entretanto, a falta de um atleta de velocidade para se associar com Lionel Messi e Jordi Alba pesou muito. Coutinho é um atleta lento, e Suárez não possui mais a explosão de outrora. Mesmo assim, o Barcelona ainda teve as suas situações, mas sempre parou em Alisson, decisivo quando acionado.
O gol no primeiro tempo, marcado por Origi, facilitou a tarefa da equipe inglesa. Na volta para o segundo tempo, Klopp sacou o lateral-esquerdo Robertson, deslocou Milner para o setor, e colocou em campo Wijnaldum, um meia de chegada. O Barcelona errava os gestos de passe e finalização em transição, e Fabinho subia muito para ajudar o Liverpool a pegar os rebotes, o que resultou em um controle absoluto do lado vermelho. Não demorou para após cruzamentos, Wijnaldum aparecer na área e empatar o confronto no agregado, com um doblete. Só depois disso o Barcelona passou a buscar mais as ações ofensivas, contando também com um leve recuo de ritmo do time vermelho. Contudo, o Liverpool logo voltou a marcar alto por encaixes, e se instalar em campo ofensivo. Numa roubada em campo rival, surgiu um escanteio, que Arnold fingiu que não ia cobrar, para voltar e bater rápido, baixo, na área, encontrando um Origi livre, para também marcar o seu segundo gol no jogo.
Somente após o 4 a 0, o Liverpool relaxou mais a marcação, e o Barcelona conseguiu atacar em estático com sequência. Mas com um Liverpool bem pregado atrás, e um Barcelona que depende de Messi para criar nestas circunstâncias, ficou fácil conter este avanço só por uma dúzia de minutos, e para esperar o tempo avançar, e o sorriso de Klopp abir de maneira definitiva. O Liverpool voltará a disputar uma final de UEFA Champions League, e dessa vez, espera voltar a ser campeão.