O Lyon se sagrou campeão da Champions League feminina 2018-2019, como era previsto. Mas, a final da Champions das mulheres teve um roteiro, diferente do esperado. Ao contrário do que se imaginava, o Barcelona não se postou atrás, e buscou agredir o Rei da Europa, no aspecto tático e técnico. Contudo, o plano não deu certo. O Lyon está acostumado com jogos assim, e se saiu bem. Em apenas 30 minutos, o Lionnais se encarregou de mostrar quem manda na Champions League feminina, sobretudo graças ao gol marcado ainda cedo. A partir daí, o plano Catalão virou fumaça, e o resultado final foi uma goleada francesa de 4 a 1. Mesmo assim, o sábado 18 de maio de 2019 foi histórico para o Barcelona, que deu um passo histórico no seu projeto de futebol feminino.
O momento era especial para o Barcelona, mas comum para o Olympique de Lyon, que ganhou a sua quarta Copa dos Campeões consecutiva numa final resolvida em meia hora. O Lyon abriu o placar, logo após a atacante inglesa Toni Duggan, desperdiçar uma boa oportunidade após passe de Mariona Caldentey. O Lyon é um time rápido, direto, e na primeira vez que conseguiu criar uma transição pós roubo, e ativar a extrema holandesa Shanice van de Sanden em velocidade, o toque foi letal. Ela tocou para Marozsan, que abriu o placar. Logo depois, Ada Hegerberg ampliou, também com assistência da holandesa. O Barça era destroçado pela velocidade de Van de Sanden na direita, e Majri pela esquerda. O Lyon gerava jogo pelos lados, e apostava mas rupturas de Le Sommer e Hegerberg nas costas de uma defesa barcelonista, que jogava adiantada, e passou o jogo inteiro precisando reverter o placar.
A supracitada Ada Hegerberg aproveitou bem as oportunidades criadas por suas companheiras, para completar o seu hat-trick na terceira final de Champions em que balança as redes, desde que chegou ao Parc OL, em 2015. O Barcelona ficou enfraquecido diante do faro goleador da artilheira norueguesa, e somava erros de passe, perdidas de bola em zonas avançadas, não conseguia controlar o ritmo, e via o Lyon apenas cozinhar o jogo e não marcar mais gols, apenas por não precisar.
O Barcelona só foi criar algo positivo no segundo tempo, quando Alèxia Putellas perdeu um gol após um bom cabeceio. Com o Lyon sentando na vantagem, o Barcelona esteve mais acomodado em campo, somando posse de bola, circulando o esférico, não deixando o rival contragolpear, e criando ocasiões em chutes de média distância, mas só conseguiu chegar ao gol com Oshoala, que entro na reta final do encontro. Pegando as zagueiras rivais M’Bock Bathy e Wendie Renard desgastadas pelo esforço inicial, Oshoala conseguiu gerar ocasiões por conta de sua velocidade e poder de ruptura, vencendo a goleira Bouhaddi na primeira oportunidade em que Lieke Martens pode conduzir a bola, levantar a cabeça e dar o passe em profundidade para o desmarque de Oshoala, que conseguiu disparar um bom arremate rasteiro.
Com a goleada sobre o Barcelona em Budapeste, o Olympique de Lyon soma quatro títulos europeus consecutivos, e seis alternados, definindo-se como o time a ser batido no futebol feminino europeu. Após vencer a D1 Femininé, com apenas vitórias e dois empates fora de casa, e a Copa da França, batendo o Lille na final, o time consumou na capital húngara o seu quarto triplete na história, sendo que não perdeu um jogo oficial nesta temporada. Mesmo nas fases anteriores da Champions, quando esteve em xeque diante dos fortes times do Wolfsburg de Pernile Harder nas quartas-de-final, e do Chelsea nas semifinais, soube sofrer, e alcançar o resultado desejado, como ocorreu contra o Barça na decisão. Só não é o quinto triplete, e mais um seguido, pois na temporada passada, o OL, perdeu a Coupe de France em final contra o PSG.
O Barcelona pode tirar como positivo este vice-campeonato, pois não era um dos quatro favoritos ao título, mas a atuação na final foi mais decepcionante que o resultado em si. Se esperava um Barcelona se adaptando, algo que não ocorreu. O técnico Luís Cortés não soube alterar o seu plano de jogo com relação à força do time de Reynard Pedros, se postando mais atrás, e buscando a transição com a velocidade em condução de Lieke Martens, e quem sabe Oshoala começando o jogo. Quis jogar como em casa, e só conseguiu quando o Lyon deixou. Vale lembrar que o Barça havia vencido seus dois jogos contra o Bayern nas semifinais, e contra o Atlético de Madrid na Liga Ibredola, mas mesmo assim perdeu os dois títulos, e termina uma temporada que era das mais promissoras, sem nenhuma taça.