Liverpool e Tottenham se enfrentaram nesse Sábado, na grande final da UEFA Champions League 2018-2019. Era a segunda final 100% inglesa da história, e a primeira aparição do Tottenham em uma grande final de Liga dos Campeões, encarando o pentacampeão europeu Liverpool, que tentava voltar a conquistar a Champions League, após ter perdido na temporada passada a grande decisão europeia para o Real Madrid. A final dessa temporada aconteceu justamente na cidade de Madri, na casa do rival do Real, o Wanda Metropolitano, do Atlético, e sagrou como o grande campeão, por ironia do destino, os próprios Reds.
O Liverpool foi senhor do jogo, muito por conta de seu roteiro. O primeiro gol vermelho foi marcado em um pênalti assinalado na primeira jogada do jogo, onde a bola bateu na mão de Sishoko. Quando Salah converteu o pênalti, deu aos Reds a condição de marcar pressionando, um Tottenham que teria de ter a bola, e não poderia mais a entregar ao rival. Os Spurs não conseguiram criar nada em saídas curtas, e nem em jogo direto. Joel Matip e Virgílio van Dijk anularam Harry Kane e Son em suas virtudes, e Dele Alli e Eriksen não tinham espaços entrelinhas ou profundidade. Nem mesmo Sishoko ou os alas Trippier e Rose conseguiam atacar os flancos, bem fechados pelas parcerias Salah-Henderson-Arnold e Mané-Robertson, que de quebra, ainda levaram perigo com jogo exterior forte. Por mais que não tenha somado perdas em campo próprio, o Tottenham também não criava nada, apesar de precisar.
No segundo tempo, os Spurs seguiram sem produzir, e quando buscavam um chute mais forçado, paravam em Alisson. O time de Klopp, teve todo o controle, especialmente após o alemão sacar Firmino e Wijnaldum, procurando peças de reposição que mantiveram o alto nível de energia. A presença de Origi aumentou o papel de Salah em suas estocadas, podendo usar sua velocidade máxima atacando em campo aberto. De resto, o Liverpool esteve confortável sem a bola, e chegou ao 2 a 0, com um gol de Origi após escanteio. Aos Spurs, faltava presença na área para completar seus ataques recorrentes, e o Liverpool não se sentiu na obrigação de dar um segundo golpe final. Talvez menos brilhantes do que o desejado, as duas equipes podiam ter rendido mais, especialmente os comandados de Pochettino. A colocação da Dier e Lucas Moura, nos lugares de Sissoko e Winks, e de Llorente, já no final do jogo, não gerou jogo, ameaçando pouco o rival. A colocação de Eriksen na base da jogada, dos laterais bem abertos, e de vários homens na frente, resultou numa mera pressão, intensa, mas sem qualidade de fato.
Bastou aos Reds esperar o apito final do árbitro para comemorar a conquista, que é a sexta de Copa/Liga dos Campeões por parte do Liverpool, e a primeira por parte de Jurgen Klopp, após duas finais de Champions perdidas como treinador, uma com o Borussia Dortmund, para o Bayern, e outra com o Liverpool, contra o Real. Além do mais, a equipe ainda havia perdido a final da Liga Europa 2015-2016 para o Sevilla. Klopp também perdeu finais de Copas nacionais na Alemanha, com o Borussia Dortmund, e na Inglaterra, com o próprio Liverpool.
Esse é o título do projeto e do bom futebol. É a vitória de dois gigantes em seu próprio campo, como Van Dijk e Alisson. É o título de dois ótimos laterais, como Robertson e Arnold, da resiliência de Matip, da pressão de Fabinho, do dinamismo e do talento de Mané, Salah e Firmino. É o título do trabalho de Klopp, um cara que, após algumas derrotas, enfim irá ganhar o crédito merecido.