EUA é campeão Copa do Mundo feminina 2019


Os Estados Unidos é o campeão da Copa do Mundo de Futebol feminino 2019. O selecionado norte-americano voltou a se proclamar campeão mundial, pela segunda Copa consecutiva, e ergueu o quarto título de sua história, em outra final em que voltou a demonstrar sua autoridade. O USWNT sofreu mais do que em outros jogos da Copa para abrir o placar, e foi para o intervalo sem balançar as redes, mas acabou por impor seu físico, ritmo, e qualidade, contra as atuais campeãs da Europa. A Holanda defendeu bem, marcou baixo o time americano durante algumas fases do jogo, mas sucumbiu uma hora. Os Estados Unidos fizeram de Van Veenendaal a melhor jogadora da final, até que o time acabou abrindo o placar com um gol de pênalti cobrado e convertido por Rapinoe. E uma vez que o placar foi aberto, o segundo gol foi questão de tempo.

Sarina Wiegman fez surpresa com a sua escalação, e a posição de suas peças no campo. Ela reforçou a defesa central com Anouk Dekker, que passou a acompanhar Stefanie van der Gragt, enquanto Dominique Bloodworth atuou pelo lado esquerdo. Além disso, o mais impressionante foi a localização de suas jogadoras de ataque. Van de Donk ficou do lado de Vivianne Miedema e Lieke Martens, e Lineth Beerensteyn foi a ponta de lança acionada, para tentar o contragolpe, graças à sua velocidade para atacar os espaços.

O plano inicial teve o efeito desejado pela treinadora holandesa. A mudança de esquema permitiu-lhe defender de forma compacta, e impor um ritmo um pouco menor nos primeiros minutos, em que os Estados Unidos costumavam abrir bem o jogo. A Holanda não só superou a barreira do 13º minuto, na qual todos os rivais da equipe norte-americana já haviam sofrido um gol, mas também conseguiu garantir que os defensores não incomodassem muito Van Veenendaal nessa primeira parte. As defensoras estadunidenses, até podiam avançar confortavelmente com a bola, mas não conseguiam filtrar um passe que quebrava as linhas, e nem Heath nem Rapinoe abertas nas extremas, tinham espaço para avançae. Por outro lado, a velocidade de Beerensteyn foi bem ativada atacando o espaço. A atacante do Bayern levou sempre a sensação de perigo em todas as estocadas, e exerceu seu papel junto de Miedema com relativo sucesso, com atacante do Arsenal fazendo o pivô pelo alto diversas vezes.

Estados Unidos vs Holanda - Football tactics and formations

No entanto, com o passar dos minutos, os Estados Unidos acabaram gerando chances de perigo. A lateral holandesa do setor da bola saia para pressionar, enquanto a outra fechava com as zagueiras. Contudo, aos poucos o USWNT, foi achando espaços por dentro, e forçando Veenendaal a intervir com valor.

O time da técnica Jill Ellis buscou trabalhar com O’Hara como uma lateral-interior, e com Lavelle e Mewis alternando o lado do apoio. Mas faltou intensidade na pressão pós-perda. Com o posicionamento por dentro, O’Hara deu muito espaço nas suas costas, mas a Holanda não soube ativar Martens com a bola no pé. A jogadora do Barcelona ainda sentiu o físico, e Van de Donk, mais uma vez errou demais na tomada de decisão. No lado americano, Alex Morgan assumiu o protagonismo ofensivo, fazendo apoios fora da área, e buscando atrair as zagueiras rivais com ela, liberando espaço para rupturas de Heath e Rapinoe.

No intervalo, O’Hara saiu de Campo, para a entrada de Krieger. A Holanda seguiu se defendendo bem, e os EUA não encontravam espaços na área rival. Até que aos 15 minutos, Alex Morgan sofreu pênalti, marcado com a ajuda do VAR, e convertido por Rapinoe. O gol mudou o jogo, e a Holanda precisou atacar. O time voltou ao 4-3-3, com Miadema indo para o comando do ataque, Beerensteyn indo para a extrema direita, e Van de Donk sendo mediapunta/interior, dentro do ataque posicional. Mas, a Holanda não conseguiu criar chances para empatar.

O segundo gol estadunidense, veio em um contra-ataque, após um erro de passe de Van de Donk. Rose Lavelle foi conduzindo, e como a defesa holandesa não proporcionava a portadora da bom a em transição defensiva, e só contemporizar, teve espaços para finalizar e ampliar. A Holanda tentou gerar jogo, com Jill Roord e Van de Sanden entrando nos lugares de Martens e Dekker, mas os Estados Unidos estiveram sempre mais perto de ampliar do que sofrer o desconto, especialmente com as estradas de Press e Lloyd, só aguardando o apito final para comemorar.

Os Estados Unidos, chegam ao seu quarto título mundial, aumentando ainda mais o domínio histórico no futebol feminino. O time terá de fazer uma renovação pós-Tokyo 2020, e deverá ter problemas com esse processo, mas para os Jogos do Japão, possui o favoritismo para ficar com o ouro. Vice-campeã do Mundo, a Holanda fez um ótimo ciclo, somando uma conquista de Eurocopa em 2017, e vai à Tóquio sonhando com medalha. A Copa do Mundo chega ao fim, mostrando a evolução e o desenvolvimento do futebol feminino, num processo que mesmo amplo, ainda possui margem de crescimento.

Imagem: FIFA