Os Estados Unidos nunca ficaram de fora de um pódio de Copa do Mundo feminina, e em 2019, conseguiram mais um Top-4 após eliminar a França, só faltando uma vitória para assegurar ao menos o Top-3. O desafio era uma Inglaterra, que buscava seu segundo pódio mundialista seguido, que seria o da confirmação do futebol feminino inglês como força Internacional. A semifinal entre os dois países de língua inglesa era muito aguardada, e em campo, entregou muito do que dela se esperava, com as estadunidenses levemente superiores, e ficando com a vaga em sua quinta final mundialista da história, a terceira seguida. Depois de serem finalistas em 2011, perdendo para o Japão, e em 2015, batendo as japonesas, as estadunidenses vão encarar desta vez a vencedora de Suécia e Holanda, que fazem a outra semifinal nesta quarta-feira. O USWNT contou para vencer com um gol da atacante Alex Morgan, que chegou a seis na Copa do Mundo, e com uma defesa de pênalti da goleira Alyssa Naeher, no final do segundo tempo. O público da semifinal foi o maior da Copa do Mundo 2019, com 53.512 pessoas, num estádio com capacidade para 58 mil pessoas.
Os Estados Unidos começaram o jogo marcando forte em pressão média. A intenção era pressionar as lançadoras de passes longos da Inglaterra, já que as rupturas e o jogo profundo pelos lados, vem sendo os grandes argumentos ofensivos britânicos na competição. Na Inglaterra, Francesca Kirby havia ido para o banco, dando lugar em campo para Rachel Daly. O treinador Phil Neville quis dar mais capacidade física ao seu time, para encarar a força das americanas, e liberdade para Parris.
Nos Estados Unidos, Megan Rapinoe deu lugar para Christen Press. Rapinoe é extrema esquerda, e deixa o lado muito mais desprotegido, pois não volta tanto para marcar, sobrecarregando Dunn. A Inglaterra possui sua força pelo setor direito, com a supracitada Parris, e Lucy Bronze. O ingresso de Christen Press, quatro anos mais nova, e mais veloz e fisicamente mais forte, foi para acompanhar Bronze, numa preocupação clara da técnica Jill Ellis.
Logo nos minutos iniciais, Lavelle deu uma caneta em Millie Bright pela ponta direita, e dentro da área, chutou forte, exigindo grande defesa de Carly Telford. No rebote, num cruzamento para a área, a zaga espanou, e sobrou para Alex Morgan, no meio da área, chutar forte de pé esquerdo, perdendo boa possibilidade. Logo depois, Heath avançou pela direita, e tocou para Lavelle, que fez um corta-luz para a lateral O'Hara. Com liberdade, ela cruzou na segunda trave, na cabeça de Christen Press, que subiu às costas de Lucy Bronze, para abrir o placar.
A Inglaterra conseguiu a sua primeira boa inversão de jogo após esse momento, quando Keira Walsh fez bom passe longo para Mead, que recebeu na extrema esquerda, em velocidade, e cruzou para a área, onde Ellen White, atacou o espaço e arrematou de primeira, sem chances para a goleira Alyssa Naeher. Ela chegou a assumir a artilharia da Copa por alguns minutos, até Press aparecer bem e tocar para Horan, que fez um lançamento para a área, onde estava Alex Morgan, que finalizou de cabeça, para fazer o 2 a 1, ainda aos 30 minutos. Na comemoração, Morgan fez menção a fingir tomar um chá, hábito tradicional dos ingleses.
A Inglaterra chegou a empatar o jogo no segundo tempo, quando uma boa jogada construída desde trás, terminou com passe de Jill Scott para Ellen White marcar. Contudo, a revisão do VAR anulou o tento, por impedimento. A partir daí, Jill Ellis recuou a meio-campista Julie Ertz para a linha defensiva, fechando seu time num 5-4-1. Com os blocos americanos baixos, a Inglaterra foi para cima, especialmente acionando a lateral Soker pela esquerda, melhorando muito após o ingresso da meia-atacante Kirby. Num cruzamento baixo de Stokes para a área, a árbitra Edina Alves Batista marcou pênalti com a ajuda do VAR. Contudo, a zagueira e capitã Stephanie Houghton chutou raso, no meio-direito do gol, para defesa da goleira Alyssa Naeher.
Os Estados Unidos são uma máquina de jogar futebol, projetada para vencer sempre. O time de Jill Ellis, pareceu ser hierárquico contra a França e a Inglaterra, e assim deverá ser contra Suécia ou Holanda, mesmo que o desafio da busca pela vitória, sempre se renove.
Ficha técnica
Inglaterra 1x2 Estados Unidos
Inglaterra: Carly Telford; Lucy Bronze, Stephanie Hughton, Millie Bright e Demi Stoke; Rachel Daly (Georgia Stanway), Keira Walsh (Jade Moore), Jill Scott e Bethany Mead (Francesca Kirby); Nikita Parris e Ellen White. Técnico: Phil Neville.
Estados Unidos: Alyssa Naeher; Kelley O'Hara (Alexandra Krieger), Abby Dahlkemper, Becky Sauerbrunn e Crystal Dunn; Rose Lavelle (Samantha Lewis), Julie Ertz e Lindsey Horan; Tobin Heath (Carli Lloyd), Alex Morgan e Christen Press. Técnica: Jill Ellis.
Local: Parc Olympique Lyonnais, em Lyon.
Árbitra: Edina Alves Batista (Brasil).
Gols: Christen Press aos 10'/1T, Alex Morgan aos 31'/1T (Estados Unidos), Ellen White aos 19'/1T (Inglaterra).
Cartões amarelos: Millie Bright, Nikita Parris (Inglaterra), Lindsey Horan, Becky Saurbrunn (Estados Unidos).
Cartões vermelhos: Millie Bright (Inglaterra).
Árbitra: Edina Alves Batista (Brasil).
Gols: Christen Press aos 10'/1T, Alex Morgan aos 31'/1T (Estados Unidos), Ellen White aos 19'/1T (Inglaterra).
Cartões amarelos: Millie Bright, Nikita Parris (Inglaterra), Lindsey Horan, Becky Saurbrunn (Estados Unidos).
Cartões vermelhos: Millie Bright (Inglaterra).
Imagem: FIFA