A força do Atlético de Madrid é inegável no contexto do Futebol espanhol. Com o passar dos anos, o clube se firmou com,o terceira força, muito graças a três times históricos: o atual, dirigido por Simeone, o dos anos de 1970, comandado por Aragonés, e o da inesquecível temporada 1995-1996, a época do doblete.
Após uma rápida passagem pelo Real Madrid na temporada 1991-1992, e boas campanhas com o Oviedo, o técnico Antic foi contratado para dirigir o Atlético de Madrid na temporada 1995-1996. Ao seu lado, chegaram bons reforços, como o meia Milinko Pantic, o atacante Lubo Penev e o defensor Santi Denia.
O búlgaro Penev logo se entrosou com o promissor Kiko, formando uma grande dupla de ataque. Panticera era a peça que faltava em um meio campo que já tinha Diego Simeone, Juan Vizcaíno e Caminero. Santi formaria a defesa, ao lado de Delfi Geli, Roberto Solozábal e Toni Muñoz, enquanto o goleiro seria o experiente José Francisco Molina.
Estava formada uma base vencedora, e pronta para fazer história. O Atlético fez um primeiro turno de Campeonato Espanhol impecável. Até perdeu para o Real Madrid no Santiago Bernabéu por 1×0, gol de Raul, mas bateu o Barcelona por 3×1 no Calderón, com 2 gols de Penev, e um de Caminero. Velamazán descontou para o Barça.
Após começar o returno perdendo para a Real Sociedad, o Atlético logo recuperou a sequência de vitórias, e chegou a abrir 11 pontos de vantagem na liderança de La Liga. Entretanto, uma derrota para o Sevilla, dentro do Vicente Calderón, na 26° rodada fez a diferença para o vice-líder Barcelona cair para 8 pontos. Um novo revés para o Real Madrid, desta vez jogando em casa, colocou a Liga em xeque de vez. A disputa com o Barça era intensa, e teria uma capítulo extra antes do final.
Paralelo a disputa de La Liga, o Atlético assegurou a conquista da Copa do Rei, derrotando o Barcelona, na final disputada em Zaragoza, no dia 10 de abril de 1996. Após empate em 0x0 no tempo normal, um gol de Milinko Pantic na prorrogação deu a taça ao Atlético.
Após a final da Copa do Rei, Barça e Atleti voltaram a se encontrar pela 37° rodada de La Liga, no Camp Nou. O Atlético não se intimidou por jogar fora de casa, e abriu o placar logo no começo da partida, com golaço de Caminero. Entretanto, o Barcelona empatou ainda na primeira etapa, com um gol de Jordi Cruijff. Na volta, Vizcaíno voltou a colocar o Atlético na frente do marcador. Biagini ainda fez o terceiro tento colchonero, que deu números finais a partida, e encaminhou a conquista. Nem a derrota em casa para o Valencia, que então assumiu a vice-liderança, ou o empate com o Tenerife impediram o Atléti de chegar na última rodada dependendo só de si, jogando em casa, para fazer história.
Pois na última rodada, no dia 25 de maio de 1996, veio o doblete. O Atlético lotou o Vicente Calderón com 70 mil pessoas, para derrotar o Albacete por 2x0, com gols de Kiko e Simeone, e conquistar o campeonato espanhol pela 9° vez.
A boa fase do Atlético seguiu até o final dos anos 90, mas já com menor intensidade. Contudo, no começo dos anos 2000, o clube mergulhou em uma grave crise, e chegou a disputar a segunda divisão espanhola, só se reerguendo na década de 2010, especialmente após a chegada de Diego Simeone para o comando técnico.