Até o ano de 1997, apenas duas equipes alemãs já haviam ganho a Copa/Liga dos Campeões da Europa: o Bayern de Munique, em três temporadas consecutivas nos anos de 1970, e o Hamburgo, vencedor da temporada 1982-1983. Mas, desde o surgimento da Liga dos Campeões em si, a partir de 1992, nenhum clube germânico havia conquistado a Europa até então. Até que em 1997, fazendo uma grande temporada, e com uma grande equipe, o Borussia Dortmund, mesmo sem ser o favorito, derrotou a Juventus por 3 a 1 na grande decisão, levantando a orelhuda pela primeira vez na história, e sendo o primeiro campeão europeu inédito, desde 1993. Um novo campeão europeu inédito, só surgiria em 2012, com o Chelsea se tornando o primeiro clube londrino a conquistar a Europa, batendo o Bayern na Allianz Arena.
A final da UEFA Champions League 1996-1997, decidida por Juventus e Borussia Dortmund, ocorreu no Olympiastadion, em Munique, no dia 28 de Maio de 1997, tendo sido apitada pelo húngaro Sandor Puhl. Melhor tecnicamente, e favorita, a Juventus teve a posse de bola em supremacia, criou diversas chances, acertou a trave aurinegra, e foi amplamente superior, mas não conseguiu abrir o placar. Com quatro homens atrás, De Livio aberto pela direita, com Jugovic pela esquerda, e Deschamps por trás de Zidane, a Velha Senhora dominou completamente o time alemão, que basicamente se defendia em seu 5-3-2, e tentava se colocar em campo rival, com a bola longa do defensor Mathias Sammer, outrora volante, mas naquela época já um líbero consagrado.
Por mais que o Borussia Dortmund defendesse bem a área e arredores, a Juventus conseguia circular bem a bola e ativar Zidane no terço final do campo. E com Zizou sendo ativado, é consequência para um ataque criar ocasiões de gol. O próprio francês foi o responsável por acertar a trave, em um momento onde o jogo era já jogado quase em meio-campo. Pela esquerda, o sistema defensivo da Juventus não dava espaços para o setor ofensivo do BVB, com o lateral Iuliano muito nem nas coberturas. Com Montero, Porrini e Ferrara mais atrás, o único espaço com o qual o Borussia Dortmund podia sonhar para armar algo era sua intermediária de ataque direita. Era por ali, com bolas diagonais longas, que Ridle buscava ser ativado, e por ali, o Borussia foi conseguindo alguns escanteios e cobranças de falta. E foi após lances de bola parada e alçada à área, que o próprio Riedle marcou duas vezes, abrindo um 2 a 0 para o time treinado por Otmar Hitzfeld.
A Juventus trabalhou muito com seus atacantes, com Borgic e Vieri se revezando entre os apoios ao meio e a referência, dependendo do lado em que a jogada era armada. Contudo, qualquer bola que acabava por ir na direção da meta, era parada pelo goleiro Klos. Buscando maior ofensividade, o técnico da Juventus, Marcelo Lippi, sacou um defensor para colocar De Livio na lateral esquerda, e Del Piero como mais um meia atacante. Sem Iuliano como lateral, o Borussia Dortmund tinha mais espaço para trabalhar com seus meias centrais, Stefan Reuter e Paulo Sousa, tentando ligar transições.
Mais ofensiva, a Juventus também aumentou a pressão, e conseguiu descontar, com Del Piero escorando um cruzamento lateral. Com as alterações feitas por Lippi em busca do empate, a Juventus foi cada vez se abrindo mais, e dando campo para o Borussia Dortmund, que fechou o 3 a 1 na reta final do jogo. Lars Ricken, que acabara de entrar na partida, marcou o terceiro gol alemão, selando a conquista da equipe, que jogava em seu país.