Confira o que rolou na primeira rodada da Liga dos Campeões.



Simeone conduziu o Atlético no momento de maior sofrimento


Como aconteceu há algumas semanas, o Atlético foi forçado a superar uma desvantagem de dois gols no Wanda. Se na outra ocasião, o time conseguiu reverter o resultado e vencer o Eibar, contra a Juventus, o time colchonero conseguiu empatar e marcar um ponto de grande valor na estréia nesta edição da Liga dos Campeões. A eficácia da Juventus no momento de gerar espaços no início do segundo tempo (que grande gol para Cuadrado) parecia ter nocauteado a equipe espanhola, que voltou à partida com um gol de cabeça de Savic, em um lance de bola parada. O gol do montenegrino acendeu a faísca, e Simeone leu que era hora de colocar toda a carne na grelha, com uma série de mudanças muito ofensivas. Saul terminou na lateral esquerda, Héctor Herrera entrou para disputar seus primeiros minutos oficiais ao lado de Koke, e Vitolo e Correa transbordaram pelo lado de fora para abastecer Diego Costa e João Felix. O Atlético atacou com muitas intensidade, mas principalmente com fluência para empurrar a Juventus para sua área e acabar gerando um bom punhado de chances de gols. O segundo gol veio de maneira semelhante ao primeiro: na bola parada. A Vecchia Signora não conseguiu parar a aparição de Héctor Herrera, que marcou em sua estréia para deixar os torcedores vermelhos e brancos em êxtase, só prendendo a respiração novamente quando, no tempo de desconto, Cristiano Ronaldo quase ampliou em chegadas com Dybala, mas ficou no quase.



Gueye marca e Di María arremata o Real Madrid



O PSG derrotou o Real Madrid (3 a 0) em um dos duelos de estrelas do primeiro dia da Liga dos Campeões. O elenco de Thomas Tuchel fez uma excelente partida, na qual se descobriu várias das deficiências que o time branco mostra nesta fase da temporada. O PSG causou muitos danos pelos lados, especialmente com Thomas Meunier na ala direita. O belga foi permanentemente um apoiador, e apareceu nas costas de Eden Hazard, o que forçou o Real Madrid a se coçar. Se Mendy saltou para marcar Meunier, Sarabia ou Gueye atacaram o espaço aberto entre o lado e o centro. Se Kroos vinha em socorro, a frente da área estava desprotegida. O PSG movia a bola com fluência e sempre gerava superioridades para avançar e se aproximar da área rival, onde Di María puniu a fragilidade defensiva do Real Madrid, com dois gols no primeiro tempo. Além disso, o trabalho de Gueye foi decisivo para o PSG recuperar a bola regularmente no meio-campo. O meio-campista senegalês apertou Kroos sob pressão e, em seguida, também foi disciplinado a cobrir as costas de Meunier e parar Eden Hazard. Na ausência de Mbappé, Cavani e Neymar, o PSG exibiu sua versão mais forte diante do Real Madrid, também condicionada pela ausência de Ramos na defesa merengue.


Napoli de Ancelotti para o Liverpool de Klopp


Klopp perdeu em sua visita ao San Paolo quando treinava o Borussia Dortmund, em uma partida da fase de grupos em que acabou sendo expulso, caiu no ano passado com um gol no último minuto, e caiu novamente derrotado nesta temporada, em um confronto que inclinou no último quarto de hora. O atual campeão dos Campeões começou a defender o título com uma derrota em uma partida em que Kalidou Koulibaly brilhou com sua própria luz para impedir Salah, Firmino e Mané de punir os erros da defesa no primeiro tempo. A usina senegalesa, imperial na defesa de sua região, marcou passes de Fabinho em recuperações no campo oposto, e reforçou a confiança do time de Nápoles, que se sentiu capaz de prejudicar o Liverpool quando atacou Alexander-Arnold e Joel Matip. Em uma partida equilibrada, na qual ambos tentaram pressionar e aproveitaram algumas ocasiões claras que obrigaram Meret e Adrián San Miguel a se exibir, foi o Napoli quem acabou balançando as redes em duas ações específicas: um pênalti forçado por Callejón e um gol caçado por Fernando Llorente nos descontos.


Valência se encontra novamente em Stamford Bridge


Em um momento de máxima instabilidade institucional, o Valencia precisou de uma alegria no nível esportivo após a derrota no Camp Nou (5 a 2). E ele o encontrou em sua estréia na Liga dos Campeões, em um triunfo sofrido, mas no qual o time mostrou as virtudes que o tornaram um adversário difícil de vencer nas últimas duas temporadas. O Valencia foi bastante firme no nível defensivo, dobrou as linhas em um 4-4-2 no qual convidou o Chelsea a tomar a iniciativa e depois correr contra ela, e foi contundente na área oposta. Rodrigo Moreno, indetectável toda vez que olhava para a ala direita para receber entre Marcos Alonso e Fikayo Tomori, surpreendeu com uma fabulosa desmarcação em uma falta frontal para abrir o placar na ocasião mais clara do Valência, que mais sofreu para interromper as aparências de Willian nas entrelinhas. O meio-campista brasileiro foi o principal foco de desequilíbrio azul, especialmente após a saída forçada de Mount aos quinze minutos de jogo, e testou repetidamente Cillessen. No entanto, a oportunidade mais clara foi desperdiçada por Ross Barkley no minuto 87. O internacional inglês assumiu a responsabilidade de executar um pênalti e acertou a trave. O trabalho defensivo de Kondogbia, Gabriel, os passes de Parejo, e a clarividência de Rodrigo, foram vitais para conquistar o triunfo em Stamford.



Mats Hummels voltou aos grandes momentos



O Borussia Dortmund esteve muito perto de vencer o Barcelona no primeiro dia da Liga dos Campeões, e  lamentará a penalidade perdida por Marco Reus contra seu ex-companheiro de equipe Marc-André ter Stegen, com quem ele compartilhou vestiário tanto no Mönchengladbach, quanto na seleção alemã. No entanto, além da competitividade mostrada diante da equipe do Barça, uma das melhores notícias do empate do Borussia Dortmund está no centro da retaguarda. Mats Hummels atuou como líder da defesa e se tornou o central que Dortmund perdeu no passado, cotrigindo problemas devum time que quando mostrou todo o seu potencial no ataque, era imaturo em sua áreavna temporada passada. O campeão do mundo de 2014 deu um recital de leitura, antecipação, posicionamento e força do jogo, explicando por que Bürki teve tão pouco trabalho ao longo dos 90 minutos. Hummels permaneceu sereno nas seções em que o Barcelona se estabeleceu no campo oposto, prevaleceu em quase todos os duelos e também demonstrou autoridade nos passes. 

O Borussia Dortmund precisa dele no melhor nível para acessar as fases eliminatórias, e Hummels respondeu no primeiro jogo da Liga dos Campeões. Também quando defendeu acima, em campo aberto com a tarefa de antecipar Suarez, nos minutos em que o Borussia Dortmund avançou nas linhas e deu um curto-circuito no jogo do Barcelona. A equipe do Barça tem mais qualidade para estabelecer a posse em campo rival com Arthur e Frenkie de Jong (como ele protege a bola e quão bem ele mede os tempos quando entra para roubar a mesma), mas é mais difícil para atacar com continuidade quando não se consegue recuperar a bola, imediatamente após a perda. Quando o Borussia Dortmund ultrapassou a primeira linha de pressão (outra tarefa em que Hummels se destacou), o Barcelona ficou vulnerável.



Slavia e Sensi brilham no San Siro




Quando, no final de agosto, o sorteio enviou o Slavia Praga ao grupo F da Liga dos Campeões, a reação foi espantosa de um de seus dirigentes, ao ver o Barcelona, ​​o Borussia Dortmund e a Internazionale se tornarem rivais. Mas já na primeira rodada, a equipe tcheca mostrou que os comandados de Trpisovsky vão competir, e empataram em 1 a 1 no San Siro, com os italianos.

Para nomear uma individualidade, Tomas Soucek deve levar em consideração. Sua aparência esbelta e seu rosto, mas o meio-campista tcheco é capaz de alcançar todas as ajudas defensivas, interceptar graças à sua inteligência, e depois ter clarividência suficiente com a bola para distribuir o jogo e até a implantação física para pisar na área quando preciso. Mas se falamos de grandes nomes, o garoto do mês é Stefano Sensi. Sua irrupção na Inter tem sido brilhante, e sua enorme capacidade de gerar jogadas na zona dos três últimos quartos, é especialmente notável, em um jogo ruim dos italianos, como um todo. A Inter não teve nenhum tipo de fluidez com a bola, a linha de três zagueiros teve dificuldades para iniciar as jogadas, e os pontas não geraram perigo pelas bandas, mas se a bola atingisse Sensi, a jogada sempre tinha cor. O ex-jogador do Sassuolo teve uma boa atuação, e se Lukaku e Lautaro tivessem aproveitado seus passes para a área, a partida teria sido bem diferente para os mandantes. 


Tottenham não transmite bons sentimentos


O que parecia catarse acabou por ser miragem. O Tottenham de Mauricio Pochettino teve enormes problemas para ter ritmo nos movimentos de ataque, e foi muito vulnerável ​​pelos lados na defesa. Ndombele não conseguiu se conectar fluentemente para levar a bola ao ataque, e nem Ben Davies, nem Davinson Sánchez, ganharam altura no ataque. Além disso, o Tottenham não encontrou Christian Eriksen nem uma vez que precisou, e o dinamarquês não recebeu a bola na zona de perigo. Dele Alli teve muitos desacertos, e Lucas Moura e Harry Kane apenas lampejos, que ainda geraram dois gols, dando uma forte punição ao Olympiacos, que criou situações, especialmente com Valbuena se somando à Podence pela direita, mas mesmo balançando as redes duas vezes, apenas empatou em 2 a 2 e m casa.



Erling Häland também aparece na Liga dos Campeões


Caso houvesse alguma dúvida, Erling Häland levou menos de dois minutos para dissipá-la. O atacante norueguês do RB Salzburg precisou marcar seu primeiro gol na fase final da Liga dos Campeões, logo na sua estreia contra o Genk, para virar de fato reconhecido Mundialmente. O Salzburg dominou o campeão belga, com base em um futebol de ritmo muito alto, de grande intensidade, e pressão avançada, que proporcionou boas chances de gol para Häland, autor de um hat-trick no primeiro tempo. O norueguês se tornou uma das sensações do futebol europeu, desde o dia em que marcou nove gols contra Honduras em uma única partida da Copa do Mundo Sub-2,0 e mostrou que não foi um fato excludente, e que não sente o peso de ouvir o hino da Liga dos Campeões. Sua determinação agressiva, incisiva, e faro de gol, vão ser testados contra zagueiros do nível de Kalidou Koulibaly e Virgil van Dijk nas próximas rodadas.



A mudança radical de Krychowiak


Meio-campista de grande rigor tático nos melhores anos de sua carreira, Grzegorz Krychowiak está renascendo em Moscou. O meia polonês brilhou em um dos jogos mais surpreendentes do primeiro dia desta edição da Liga dos Campeões: a vitória de Lokomotiv na visita ao Bayer Leverkusen. Krychowiak é o artilheiro do time das ferrovias, graças, em grande parte, à mudança de papel a que foi submetido. O polonês agora não ocupa mais a posição de volante central, e pisa na área oposta. Krychowiak marcou pelo segundo jogo consecutivo, e abriu o placar com um gol onde apareceu de surpresa na área, para pegar uma assistência de João Mario, e depois definir com sangue frio, antes da movimentação de Hradecky. O gol do polaco desconcertou o Bayer Leverkusen, que ficou muito nervoso com a bola nos pés, e foi incapaz de administrar com clarividência as longas fases de posse de bola. A primeira metade da equipe alemã foi desastrosa, com várias perdas no próprio campo. O gol de Barinov encobrindo Hradecky foi fundamental, praticamente definindo o encontro. O Bayer Leverkusen, após o intervalo, acabou por abrir mais o campo e bombardear a área de Guilherme, com cruzamentos laterais, mas parou na boa defesa de área de Corluka, imperial.





Dínamo Zagreb mostra suas credenciais



A Atalanta sentiu a sua estréia na Liga dos Campeões, e contra um Dínamo Zagreb mais experiente em Champions, acabou goleada. Os passes do atacante atacante Petkovic, terminaram em um hat-trick de Orsic, extremo croata de 26 anos, artilheiro da Champions ao lado de Häland. Também acertivo foi Dani Olmo, atacante espanhol que apareceu nas entrelinhas para desequilibrar nos dois primeiros gols de sua equipe, que acabou goleando por 4 a 0, os italianos.