Arthur Antunes Coimbra, o Zico, viveu os grandes momentos de sua carreira, com as camisas do Flamengo e da Seleção brasileira, e é pelo que fez com elas que ele é mais lembrado. Contudo, ele também jogou na Itália, nos anos 80. Era época de contratações galáticas na Série A. Milan, Internazionale, Juventus, Napoli e Roma, tentaram contratar o meio-campista rubro-negro, mas a Udinese acabou sendo o seu destino. Os friulani pagaram o valor recorde até então no país, por um atleta: seis milhões de liras, ou, quatro milhões dólares. O Flamengo tentou resistir, mas não conseguiu segurar o galinho.
Zico quis jogar na Europa, pelo dinheiro e o Status, além da experiência internacional. Ele foi recebido como Deus em Udine, logo virando ídolo da torcida Zebrette. A sua estreia no Campeonato Italiano, foi com uma goleada por 5 a 0 sobre o Genoa, com dois gols seus. Na sequência, uma vitória por 3 a 1 sobre o Catania, teve mais dois gols e uma assistência do Galinho. A Udinese era treinada por Enzo Ferrari, e terminou na nona colocação do Campeonato italiano, pois não conseguiu manter um bom padrão de atuações perante os Gigantes. Na Copa da Itália, o time foi eliminado nas quartas-de-final pelo Verona. Mas Zico foi o vice-artilheiro da Serie A, marcando 19 gols em 24 jogos, mesmo com uma lesão o atrapalhando durante a temporada. Zico marcou inclusive contra Juventus, Roma, Fiorentina e Internazionale, e foi eleito o melhor jogador do mundo em 1983, pela revista World Soccer, recebendo 28% dos votos dos leitores, ficando à frente de Michel Platini, Felix Magath, Paulo Roberto Falcão, Kenny Dalglish, Diego Maradona e Karl-Heinz Rummenigge. Platini foi o vencedor da Bola de Ouro da revista France Football, pois na época, só europeus participavam desta votação.
Na sua segunda temporada na Itália, Zico foi treinado pelo técnico brasileiro Luís Vinício, e marcou três gols na liga italiana, ajudando a Udinese a escapar do rebaixamento, mesmo com muitas lesões sofridas. Zico teve problemas com o fisco italiano, e mesmo sondado por Juventus, Torino e Real Madrid, voltou ao Flamengo em 1985. Em 1988, foi absolvido do crime de sonegação de impostos, mas seguiu jogando no Brasil, até ir para o Japão, onde foi responsável pela evolução do futebol. Contudo, seu talento jamais será esquecido pelo torcedor friulani, que o idolatra até hoje.
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