Entre começo dos anos de 1980 e o início dos anos 2000, o Campeonato italiano era o melhor e mais rico do Mundo. Era difícil conquistar um Scudetto. A temporada 2000-2001 contava com vários bons elencos. O Milan já começava a montar o time que faria história nos anos seguintes. O Parma ainda tinha Buffon e Cannavaro, e a Lazio contava com a base campeã, mas era a Juventus de van der Sar, Paolo Montero, Zambrotta, Zidane, Del Piero e Trezeguet a grande favorita à taça. Contudo, ela terminou a temporada com o vice-campeonato, dois pontos atrás de outro esquadrão inesquecível: a Roma.
A campanha vitoriosa da loba, começou antes mesmo da bola rolar. O presidente da Roma, Franco Sensi, sabia que precisava montar uma equipe de respeito para voltar a ser campeão. A equipe já contava com excelentes jogadores, como Antonio Carlos, Aldair, Delvecchio, Montella, Cafu, Candela, Nakata e o eterno capitão Totti, mas foi atrás de Zebina, Balbo, Emerson, Walter Samuel e Batistuta, a pedido do treinador Fabio Capello, para ficar ainda mais forte.
A Roma atuou durante a temporada 2000-2001 no 3-5-2, variando para o 3-4-1-2. O goleiro era Antonioli. Antônio Carlos Zago, Samuel e Zebina formavam o trio de zaga, com Aldair, já veterano, sendo um reserva de luxo. Cafu e Candela eram os alas. Tomassi e Cristiano Zanetti atuavam pelo miolo do meio-campo, com os brasileiros Emerson e Marcos Assunção e o uruguaio Guigou sendo sempre reservas capazes de corresponder bem. Mas era o trio de frente que fazia a diferença.
Totti, Montella e Batistuta formaram uma dianteira extremamente letal. A Roma teve o melhor ataque da Serie A 2000-2001, com 68 gols marcados, a maioria deles pela trinca. Batistuta foi o artilheiro do clube da competição, com 20 marcados. Além disto, Delvecchio e Nakata, quando chamados, davam sempre conta do recado. Vale ressaltar que a loba ainda teve a segunda melhor defesa, com 33 gols sofridos.
A Roma começou a temporada levando um susto e sendo eliminada pela Atalanta na Coppa Italia. Contudo, o início na Serie A foi bem diferente. A equipe estreou batendo o Bologna por 2 a 1, com gols de Totti e Castellini (contra). Na sequência, goleou o Lecce por 4 a 0, com dois gols de Batistuta, um de Tommasi e um de Totti, e despachou o Vicenza com uma vitória de 3 a 1, com gols de Totti, Montella e Batistuta.
A roma também disputou a Copa da UEFA naquela temporada. Após um bom começo, o time caiu nas oitavas de final diante dos ingleses do Liverpool. Após vencer por 2 a 0 no estádio Olímpico, com dois gols de Michael Owen, os Reds até perderam por 1 a 0 no Anfield, mas se classificaram para seguir a sua saga rumo ao título.
Focada apenas no italiano, a Roma arrancou com tudo no segundo turno, obtendo uma campanha quase perfeita. Mas foram os clássicos contra a Lazio e a Juventus que definiram a competição. Se no dérbi da capital, gols de Batistuta e Delvecchio chegaram a colocar a Roma na frente, Nedved e Castromán empataram o jogo para a Lazio. Na viagem à Turim para encarar a Juventus no Stadio delle Alpi, um susto. Del Piero e Zidane chegaram a marcar para abrir 2 a 0. A derrota parecia certa, mas foi aí que Capello tirou Totti de campo, para colocar o japonês Nakata. E o japa entrou ON FIRE no jogo: fez um golaço, arrancando do meio-campo, e deu o chute que resultou no rebote que Montella aproveitou para empatar, e praticamente decidir o campeonato. A Roma chegaria na última rodada precisando apenas de uma vitória em casa contra o Parma, e não deixaria escapar a possibilidade de levantar a taça.
No dia 17 de junho de 2001, mais de Setenta e cinco mil torcedores compareceram ao Estádio Olímpico de Roma para ver a Loba aplicar um 3 a 1 nos parmensi. Totti abriu o placar aos 19 minutos de jogo, com uma bomba, sem chances de defesa para Buffon. Montella, e Batistuta completaram a vitória, que levou o Scudetto de volta ao clube vermelho e branco da capital, após 18 anos.
Ao todo, a Roma somou 22 vitórias, nove empates e três derrotas, para Internazionale, Milan e Fiorentina, ao longo de toda a Serie A 2000-2001, uma campanha fantástica, que só podia culminar com a taça. Ainda naquele 2001, a Roma conquistou a Supercopa da Itália derrotando a Fiorentina por 3 a 0 com gols de Candela, Montella e Totti. Era a consagração definitiva de um dos maiores esquadrões recentes do futebol italiano, que com a cara de Fabio Capello, pode até não ter encantado, mas primou sempre pela eficiência.
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