Era dia 2 de maio de 2009. Barcelona e Real Madrid se enfrentavam pela La Liga, e era final de temporada. Na tabela de classificação, os merengues somavam 78 pontos, quatro menos que os culés, e precisavam muito da vitória para seguir lutando pelo tricampeonato espanhol consecutivo. O jogo tinha o cenário ideal para entrar para a história, e entrou. O triunfo blaugrana por 6 a 2, marcou a consolidação de uma era de glórias para o clube catalão, e foi o estopim para a retomada da força vitoriosa Blanca.
O ano de 2009 ficou para sempre marcado pelo sextete blaugrana. Naquele ano, o Barcelona conquistou a tríplice coroa, e mais três títulos no segundo semestre, vencendo a Liga, a Copa do Rei, a Supercopa da Espanha, a Supercopa da UEFA, o Mundial de Clubes, e a Champions League. Mas essa vitória no Elenco Clásico, também foi inesquecível. O jogo não foi fácil, tanto que só veio de virada. O Real Madrid abriu o placar logo aos 14 minutos de jogo, com Higuaín, de cabeça começou a escrever a história daquele duelo. O Barça empatou três minutos depois com Henry, após um grande passe de Messi.
Uma história curiosa, é que Guardiola havia visto o Clássico anterior, e reparou que os meio-campistas madridistas, Guti, Gago e Drenthe, faziam uma pressão forte sobre Xavi e Touré, enquanto os dois zagueiros, Cannavaro e Metzelder, permaneciam atrás, dentro da área, abrindo um espaço entre a zaga e os meias merengues. O treinador pensou em escalar Messi livre por aquele espaço vazio, na partida a ser disputada no Santiago Bernabéu.
Messi atuou entre as linhas do Real. Ou ficava livre, ou tirava Metzelder e Cannavaro da área. Pep orientou Xavi e Iniesta, a passar a bola à ele. E a estratégia deu muito certo. Aos 20 minutos de jogo, Puyol apareceu após uma cobrança de falta de Xavi, feita pela esquerda, e cabeceou para virar. Aos 35 minutos, Lass Diarra bobeou, e Xavi roubou a bola em uma zona elevada, passando para Messi, livre, ampliar.
No segundo tempo, o Real Madrid descontou o placar logo aos 11 minutos de jogo. Robben cobrou falta, e Sergio Ramos, descontou de cabeça. Mas, após Henry ser lançado por Xavi, ele pode tocar por baixo de Casillas, para voltar a dar conforto ao seu time. Xavi e Iniesta na base da jogada, eram o arco para Henry, Messi e Eto’o, as três flechas barcelonistas, extremamente letais.
Aos 29 minutos, o gol que Xavi recebeu na entrada da área, deslocou Cannavaro e Gago, e tocou para Messi, que se livrou de Casillas, e fez o quinto dos culés. No final do jogo, Eto'o apareceu pelo flanco direito, e serviu Piqué, que decretou o 6 a 2.
O Barcelona dava um grande golpe de autoridade no Santiago Bernabéu, e a partir dali iniciava uma era vencedora. O antídoto merengue só viria em 2010, com o treinador português José Mourinho, que chegou à capital espanhola um ano depois de seu compatriota Cristiano Ronaldo, a grande resposta de Florentino Pérez, após esta derrota. No final das contas, este jogo foi marcante, para os dois lados.
Escalações: Real Madrid: Casillas; Sergio Ramos, Metzelder, Cannavaro e Heize; Diarra, Gago, Marcelo e Robben; Higuaín e Raul. Técnico: Juande Ramos.
Barcelona: Valdés; Dani Alves, Puyol, Piqué e Abidal; Touré, Iniesta e Xavi; Messi, Eto’o e Henry. Técnico: Pep Guardiola.
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