Grandes Times: o Atlético Nacional de 1989


Nos anos 80, os cartéis da Colômbia circulavam um mercado bilionário, que despejou alguns milhões no futebol, fazendo contratações, e vendendo ingressos e atletas. O poderoso Pablo Escobar investiu no Atlético Nacional e no Independiente, contando com gente de sua confiança na direção de ambos. Seu primo Gonzalo Rodríguez Gacha, vulgo "Mexicano", controlava o Millonarios de Bogotá, enquanto que seus inimigos do cartél de Cali, os irmãos Rodríguez Orejuela, manejavam o América.

O América de Cali conquistou a liga colombiana durante 5 anos consecutivos, entre 1982 e 1987, chegando em três finais de Copa Libertadores, sem conseguir alcançar o título. Alguns jogadores recebiam salários padrão Europa, os estádios estavam quase sempre cheios, e os árbitros movimentavam jogos quando era necessário. O América era hegemônico, mas o cartel de Medellín não estava disposto a perder essa guerra para o cartel de Cali. Em 1988, o Millonarios, conquistou a liga e a copa colombiana, e na sequência, Pablo Escobar passou a investir pesado no esporte. Construiu campos de futebol por todo o país, incentivando a revelação de jogadores, e organizava partidas de exibição dentro da Fazenda Nápoles, o seu Reino Encantado. Os grandes jogadores colombianos eram amigos de Escobar, e o visitaram até na cadeia, inclusive jogando partidas dentro dos presídios.

Em 1989, o Atlético Nacional era treinado por Francisco Maturana, e se tornou o primeiro clube colombiano campeão da Copa Libertadores da América. Com um time base formado pelo histórico goleiro Higuita, os defensores Herrera, Perea, Andrés Escobar e Gómez, os meias Pérez, Leonel Álvarez, Alexis García e Jaime Arango, e os atacantes Arboleda e Tréllez, os Verdolagas bateram o uruguaio Danúbio na semifinal,e  na final, após perderem para o Olimpia na ida por 2 a 0, em Assunção, venceram em casa por 2 a 0, com um show de Leonel Álvarez, levando a taça com um 5 a 4 nas penalidades, onde a estrela de Higuita brilhou. No final do ano, com uma boa atuação, o time perdeu para o Milan por 1 a 0, gol de Evani,e  ficou sem a taça do Mundial. Mas já havia feito história.


Time-base: Higuita; Herrera, Perea, Andrés Escobar, Gómez; Pérez, Leonel Álvarez, Alexis García, Jaime Arango; Arboleda e Tréllez. Técnico: Francisco Maturana.