O Bayern de Munique é campeão europeu novamente, sete anos depois. A equipe de Hans-Dieter Flick foi claramente a melhor equipe de 2020, e na noite passada derrotou o PSG em Lisboa, numa final onde brilhou mais que o rival. Hansi Flick, como é conhecido, assumiu o Bayern de Munique como treinador interino em um momento crucial da temporada e, em tempo recorde, com uma pausa inesperada de vários meses por conta da pandemia, conseguiu dar consistência à um dos melhores campeões europeus dos últimos anos. Como há sete anos, o Bayern conquistou a tríplice coroa, sendo campeão da Bundesliga, da DFB Pokal e da Liga dos Campeões.


PSG vs Away team - Football tactics and formations


O Bayern conquistou a sexta Liga dos Campeões em Lisboa, com um coletivo forte. Desde o princípio, nesta final, o Bayern mostrou força, com o onze titular tendo a entrada de Kingsley Coman, em detrimento de Ivan Perisic, numa mudança com relação ao time das semifinais. O Bayern pressionou alto o PSG, desde seus primeiros passes, prejudicando a saída da bola dos homens de Thomas Tuchel. E avançando, para isso, sua linha defensiva até o meio-campo. A intenção, era roubar a bola, perto do gol de Keylor Navas. E como resultado dessa pressão avançada, e muito bem organizada, obscurecendo as principais opções de ataque do PSG, conseguiu forçar um número significativo de erros na fase inicial de jogo do rival, para levar o jogo a onde imaginava seu técnico.

A resposta do PSG não demorou muito para aparecer. A equipe parisiense começou a achar Kylian Mbappé bem aberto, e com bastante continuidade, sempre no setor esquerdo, ameaçando as costas do seu marcador mais próximo, Joshua Kimmich, e a partir daí, a equipe de Thomas Tuchel não só conseguiu igualar o jogo, mas também gerou várias vezes perigo contra o gol de Manuel Neuer. Ao PSG, faltou eficiência nas finalizações, esbarrando em um Neuer incomensurável no uso de todos os seus membros para defender sua meta. Neuer só não foi o cara do jogo, pois a final de Thiago Alcántara foi ainda mais fantástica, comandando o meio-campo alemão.

No lado do PSG, Ander Herrera foi o destaque, tanto  no esforço defensivo para auxiliar Thilo Kehrer, quanto pelo seu efeito clarividente nos metros finais, gerando duas chances de gol. Thiago já está entre os melhores jogadores de futebol dos últimos anos, e sua evolução pela qual tem passado nos últimos tempos, adaptando as virtudes técnicas que já trazia de padrão (entre dribles, giros, mudanças de direção e toques), às atuais necessidades da posição, fizeram de Thiago um meio-campista muito dominante neste futebol tão dinâmico, praticado hoje.

Thiago acomodou seu time no jogo quando ele mais precisava. Em primeiro lugar, ajudou a equipe a sair de trás, face à pressão do PSG, e depois organizar os ataques do Bayern face ao posicionamento defensivo do PSG. Tuchel recuou em seu próprio campo sete homens para marcar,  4 defesores + 3 meio-campistas, com Marquinhos como pivote, e Paredes e Ander Herrera como interiores, e liberou os três atacantes, Mbappé, Neymar e Di María. Mas no Bayern, Thiago Alcántara comandou os ataques organizados, facilitando a transição defensiva do seu time, enquanto, o PSG deixou a desejar na sua transição do ataque para defesa.

Thomas Müller e Joshua Kimmich foram outras figuras. O gol do título foi de Kingsley Coman, mas ambos jogaram muito. O primeiro, movendo-se entre linhas e espaços, como vem fazendo tão bem nos últimos meses, jogando com poucos toques, e desta forma, conseguindo que tudo fluísse com bastante harmonia na circulação de bola, e o segundo, como lateral-direito, jogou por dentro, circulou bem a bola, e fez o cruzamento para Coman fazer o gol do título.

O PSG venceu o duelo entre Ángel Di María e Alphonso Davies, com o argentino fazendo valer a sua excepcional qualidade técnica, para superar várias vezes o lateral canadense, uma vez que o PSG conseguiu parar na maior parte do jogo Kingsley Coman, que contudo apareceu bem no lance do gol, nas costas de Thiago Silva, e Thilo Kehrer. Gnarby jogou de um lado do ataque do Bayern, e Coman de outro, mas os costados do Bayern não geraram tanto perigo com os extremos, e Davies também não foi tão produtivo. O ruim para o PSG, foi que Neymar e Mbappé erraram muito os gestos técnicos, em um jogo onde as defesas, superaram os ataques.

Numa época em que a Champions League vive a sua pior fase técnica dos últimos anos, assim como o futebol, de forma geral, PSG 0x1 Bayern foi uma final à altura da competição em seu lustro anterior, quando os grandes times de Barcelona, Real Madrid, Bayern e Atlético de Madrid, e numa escala menor Juventus, Borussia Dortmund, e alguns membros sazonais, contando com craques como Messi e Cristiano Ronaldo, entregavam grandes jogos. O Bayern também foi um grande campeão, fechando mais uma década na história do maior interclubes do planeta, com chave de ouro.