A história do Futebol


A espera acabou. A angústia acabou. Depois de 28 anos sem títulos, a Argentina é campeã. Lionel Messi, pela primeira vez, ergue um troféu com a camisa albiceleste. Invicto na competição, Lionel Scaloni faz seu nome na história do futebol argentino após conquistar o que nenhum outro treinador conseguiu, em quase três décadas.

A Final

A vitória da Argentina começou a se delinear como quase todos os triunfos da equipe de Scaloni até a final: com um gol logo no início. Com as duas equipes jogando no 4-4-2, a Argentina iniciou o jogo com a mesma agressividade que mostrou nos últimos jogos, empurrando os brasileiros para seu campo. Neymar teve uma boa chance no início, mas seu chute foi travado por Nicolás Otamendi, que, junto com Cristian Romero, estava muito seguro. Pouco depois dos 20 minutos, Rodrigo De Paul, que liderou o meio-campo da Albiceleste com uma atuação estelar, encontrou Ángel Di María em um passe longo espetacular. Renan Lodi não conseguiu interceptar a bola, e o camisa '11', que jogou sua primeira partida desde a fase de grupos, justificou a confiança que Scaloni depositou nele: deu um Chute Por cima na bola, com um toque sutil, e ultrapassou Ederson. O gol seria um golpe muito sentido pelo Brasil, que não pôde mais jogar no restante do primeiro tempo. Lucas Paquetá, Fred, Éverton e Richarlison acusaram inexperiência e falta de qualidade técnica. De Paul, Leandro Paredes, Giovanni Lo Celso, Di María e Messi sentiram-se cada vez mais confortáveis ​​e mantiveram a posse de bola. A Argentina venceu com confiança e, primeiro Di María, depois Messi, ameaçou o gol brasileiro. A poucos minutos do final do primeiro tempo, Richarlison centraria uma bola perigosa na área argentina, mas a bola passaria na frente de todos. Hoje, mais uma vez, foi revelada a ausência de um centroavante na Seleção Brasileira, que está sem um verdadeiro “9”, desde Fred em 2014.

Brasil x Argentina - táticas e formações de futebol


A Argentina marcou por encaixes, como na Copa América passada. Se daquela vez, a marcação por encaixes foi um problema, dessa vez, não se deu o mesmo, com os encaixes também parecendo mais curtos. De um modo geral, fez um torneio muito seguro, e parece estar virando um time cascudo, como o futebol de seleções pede.


Na segunda etapa, Tite voltou com Roberto Firmino no lugar de Fred, deslocando Paquetá para o doble pivote, e Richarlison para a direita. A troca teve seu efeito. O Brasil voltou melhor, e estava prestes a marcar nos primeiros minutos. Richarlison realmente marcou, mas o VAR interveio, e o gol foi anulado, pois o atacante do Everton estava em uma posição irregular. A Argentina abusou das faltas no meio do campo, principalmente sobre Neymar, que foi o oásis de consciência no campo de ataque brasileiro; tudo passou pelo "10". Assim que Lo Celso derrubou o craque brasileiro, Scaloni chamou Guido Rodríguez para substituir Paredes, que também tinha cartão amarelo. Ainda no início do segundo tempo, houve uma das ações cruciais do jogo: Neymar deu uma ginga na defesa argentina com um passe magnífico, e a bola chegou a Richarlison, que demorou alguns milésimos de segundo para finalizar, e quando o fez, Emiliano Martínez fez sua primeira grande intervenção no jogo. Tite daria a chance a Vinícius Júnior, um dos jogadores menos utilizados pelo técnico brasileiro ao longo do torneio. O madridista entrou no lugar de Everton, cuja atuação na Copa América foi muito tímida, bem ao contrário de 2019, quando foi dois grandes destaques do título brasileiro. Vinícius demoraria para se encontrar sem jogo, mas após alguns minutos, começou a dar dor de cabeça para Gonzalo Montiel.

A posição em campo da Argentina no segundo tempo, também foi fiel ao que teve ao longo da competição: a equipe foi para trás e criou muito pouco. Scaloni colocou Tagliafico no lugar de Lo Celso, e reforçou a sua capacidade defensiva na ala esquerda. O segundo tempo continuou com o jogo constantemente prejudicado por faltas e pequenos conflitos entre brasileiros e argentinos. A poucos minutos do final, Tite optou pelo tudo ou nada e colocou Gabriel Barbosa no lugar de Paquetá, deixando Casemiro como único pivote em campo. O atacante do Flamengo não demorou a aparecer e, após cobrança de falta de Neymar, finalizou um belo vôlei, mas Martínez fez uma defesa espetacular para evitar o empate. O Brasil foi ao ataque desesperadamente, e a Argentina apenas se defendeu. Numa das únicas ocasiões em que conseguiu o contragolpe, Messi desviou-se da esquerda e devolveu a bola a De Paul, que devolveu um passe delicioso que apanhou a defesa brasileira desprevenida. No entanto, Messi não conseguiu marcar; ele tentou driblar Ederson, que esticou as pernas e roubou a bola de La Pulga. Nos acréscimos, De Paul ainda teria uma chance clara de fazer o segundo, mas o goleiro brasileiro novamente evitou o gol argentino. Esteban Ostoijich sinalizou cinco minutos de desconto, mas o Brasil não poderia chegar com perigo ao gol de Martinez. Os poucos argentinos que estiveram nas arquibancadas do Maracanã já estavam comemorando e, com o apito final, o êxtase foi total.

A Argentina havia perdido suas últimas seis finais: quatro na Copa América (2004, 2007, 2015 e 2016), uma na Copa das Confederações (2005), e uma na Copa do Mundo (2014), três delas contra o Brasil (2004, 2005 e 2007). Com a conquista, os argentinos se igualaram aos uruguaios, com 15 títulos da Copa América; O Brasil ainda está estacionado, com nove conquistas.

Após o término da partida, as duas estrelas do continente choravam: Neymar de tristeza, decepcionado por não ter conquistado sua primeira Copa América; Messi de alegria, num grito que ilustrou todo o seu alívio e felicidade por poder sorrir, depois de ter perdido quatro finais com a camisa albiceleste, e, com o escudo argentino estampado no peito, finalmente poder gritar, junto com todos os argentinos e Diego Armando Maradona, onde quer que esteja, o grito de campeão.


Todos os resultados da Copa América 2021


Fase de Grupos

GA
1. Argentina 10pt +4  classificado
2. Uruguai 7pt +2  classificado
3. Paraguai 6pts +2  classificado
3. Chile 5pts -1  classificado
5. Bolívia 0 pontos -8

Rodada 1
06/14
Argentina 1-1 Chile
Paraguai 3-1 Bolívia

Rodada 2
18/06
Chile 1-0 Bolívia
Argentina 1-0 Uruguai

Rodada 3
21/06
Uruguai 1-1 Chile
Argentina 1-0 Paraguai

Rodada 4
24/06
Bolívia 0-2 Uruguai
Chile 0-2 Paraguai

Rodada 5
28/06
Argentina 4-1 Bolívia
Uruguai 1-0 Paraguai


GB
1. Brasil 10pts +8  classificado
2. Peru 7pts -2  classificado
3. Colômbia 4pts -1  classificado
4. Equador 3pts -1  classificado
5. Venezuela 2pts -4

Rodada 1
13/06
Brasil 3-0 Venezuela
Colômbia 1-0 Equador

Rodada 2
17/06
Colômbia 0-0 Venezuela
Peru 0-4 Brasil

Rodada 3
20/06
Venezuela 2-2 Equador
Colômbia 1-2 Peru

Rodada 4
23/06
Equador 2-2 Peru
Colômbia 1-2 Brasil

Rodada 5
27/06
Equador 1-1 Brasil
Venezuela 0-1 Peru


Quartas de final

02/07
Peru (4-3 pênaltis) 3-3 Paraguai
Brasil 1-0 Chile

03/07
Uruguai 0-0 (2-4 pênaltis) Colômbia
Argentina 3-0 Equador -


Semifinal

05/07
Brasil 1-0 Peru

07/06
Argentina (3-2 pênaltis) 1-1 Colômbia


Terceiro lugar

09/07
Peru 2-3 Colômbia

Final

10/07
Brasil 0-1 Argentina


Títulos

15 = Uruguai, Argentina
9 = Brasil
2 = Paraguai, Peru e Chile
1 = Colômbia, Bolívia