A Itália é a campeã da Euro 2020. Depois de um ciclo difícil, onde ficou de fora da Copa do Mundo 2018, a tradicional seleção assume a ponta da Europa, em uma Euro 2020 de bom nível técnico. A edição mais louca e imprevisível que se lembra deste torneio nos últimos anos só poderia ter uma final como esta, com prorrogação e pênaltis, e na partida acabou se impondo um goleiro que, aos 22 anos, teve a frieza de um veterano. Gianluigi Donnarumma é o grande eleito para se tornar o melhor goleiro do mundo nos próximos anos e com a atuação desta noite em Londres, parando dois pênaltis dos ingleses, certamente se tornou parte de outra dimensão na profissão mais especial deste esporte. A Itália reina suprema no Velho Continente, e o faz em uma daquelas partidas que permanecerão na história do futebol: derrotar a Inglaterra em seu próprio estádio, em Wembley, e estender sua seqüência de invencibilidade para 34 jogos sem perder.
Roberto Mancini deu continuidade desde o início do jogo ao sistema 4-3-3, que tem funcionado tão bem em sua equipe. Com Federico Chiesa na ponta direita (em detrimento de Domenico Berardi), e um meio-campo de três níveis com Jorginho (pivote), Marco Verratti (interior à esquerda) e Nicolò Barella (interior à direita), a Itália saiu em Wembley com a intenção de ser agressiva em sua ideia de jogo, tentando pressionar de perto os primeiros passes da Inglaterra, mas antes que conseguisse encaixar seu trabalho sem a bola com a fase de saída rival, a seleção de Gareth Southgate conseguiu golpear primeiro. Harry Kane, distante da vigilância de Giorgio Chiellini e Leonardo Bonucci desde o início, continuamente se ofereceu muito baixo dos dois lados, tanto da esquerda quanto da direita, fazendo apoios, e em um deles, recebendo uma bola por dentro do seu ala esquerdo, Luke Shaw, conseguiu virar a pressão da Itália e permitir a subida pelo setor oposto de um Kieran Trippier ,que cruzou pela entrada, resultando no chute do próprio Shaw, no segundo poste, para fazer o 0-1. A Inglaterra conseguiu abrir o placar muito cedo, de fato, com este gol, o gol mais rápifo da história em uma final de um Campeonato da Europa, e, além disso, algo fundamental. A Inglaterra encontrou nos apoios de Harry Kane, um muito bom recurso para sair da pressão do adversário e acelerar o jogo, tornando o campo muito amplo.
A Itália lutou no primeiro tempo da partida para se ajustar à pressão com o sistema de três zagueiros e dois alas que Gareth Southgate alinhou em campo. O treinador inglês optou desde o início por Kieran Trippier como ala direito, muito decisivo na ação do primeiro gol, e decidiu jogar com os dois pontas bem abertos, Mason Mount (esquerda) e Raheem Sterling (direita), com o objetivo de alargar o jogo e corrigir os possíveis saltos na pressão dos dois laterais italianos, Giovanni Di Lorenzo (à direita) e Emerson Palmieri (à esquerda). É aí que o confronto da Inglaterra começou a se desequilibrar, com o English Team sempre encontrando Harry Kane livre, em seu apoio de ambos os lados. Embora, sem surpresa, Southgate decidiu que a melhor maneira de proteger o resultado era dominando o espaço, e não através da bola.
A Itália crescia com o passar dos minutos. Lorenzo Insigne (extremo) e Marco Verratti (interior), começaram a se aproximar à área, o que permitiu à Itália acalmar a pressão após a perda, tornando ela cada vez mais eficaz, mas esta sociedade foi perdendo peso à medida que o melhor futebolista italiano do primeiro tempo, e certamente também do segundo (até sair lesionado) foi Federico Chiesa. A Azzurra aos poucos conseguiu se aproximar da área de Jordan Pickford com perigo. Chiesa, com a saída de Ciro Immobile (mais uma vez muito infeliz em todas as suas ações fora da área), e a entrada de Domenico Berardi para Lorenzo Insigne atuar por dentro, passou a atacar pelo lado esquerdo, ou seja, com i pé trocado , e conseguiu criar um volume muito positivo de ocasiões para sua seleção. A Itália continuou a crescer durante a segunda etapa, aproveitando o fato do seu rival defender cada vez mais baixo (quase sem qualquer ameaça ao espaço), principalmente nas bolas paradas, empatando numa ação em que os dois centrais, Chiellini e Bonucci intervieram dentro da área. A Itália continuou a crescer, impulsionada pelo gol, e a Inglaterra, a defender-se apenas.
O jogo foi para a prorrogação, com a sensação de que a Itália estava melhor, mas a mesma não conseguiu marcar seu gol. Southgate colocou Jadon Sancho e Marcus Rashford no minuto final, só para bater pênaltis. E os dois perderam suas cobranças, assim como Saka, na cobrança final que decretou o teiunfo italiano por 3 a 2 nas penalidades, e o segundo título da Azurra na Euro, 53 anos após o primeiro.
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