A História da Liga dos Campeões
A Liga dos Campeões é hoje o maior torneio entre clubes do mundo. O planeta para para assistir cada final, e mesmo aqui no Brasil, onde um oceano nos separa dos maiores craques do mundo, a competição já virou febre. No entanto, a história e a origem da competição ainda não são conhecidas pela maioria dos brasileiros, e é sobre isso que vamos falar nas linhas seguintes.
A ideia de organizar torneios internacionais envolvendo as melhores equipes de cada país europeu não é nem um pouco recente, e os primeiros projetos de uma competição nesse molde vêm desde a primeira década do século XX. Nessa época, já tivemos torneios como a Coupe Van der Straeten Ponthoz, a Coupe des Pyrénées e a Lipton Cup. No entanto, a Liga dos Campeões começou a ser moldada mesmo nos anos 1920, com duas competições: a Mitropa Cup e a Taça Latina.
Idealizada por Hugo Meisl, a Copa Mitropa é considerada a precursora da Liga dos Campeões. O torneio era todo jogado em formato mata-mata, com jogos de ida e volta. Era disputada por equipes da Hungria, Áustria, Tchecoslováquia e Itália, com exceção de 1927 e 1928, as duas primeiras edições, onde clubes iugoslavos jogaram no lugar dos italianos. Em 1937, os Balcânicos voltaram a disputar a Taça, quando já estavam presentes equipes da Suíça e da Romênia.
Mais do que a precursora da Champions League, a Mitropa Cup foi um esteio na época da depressão, entre as Guerras Mundiais e a quebra da Bolsa. Também marcou a profissionalização do futebol e a consolidação do esquema tático WM. Paralelo a esta Copa, foi disputada também a Taça Latina, com equipes de países que não participavam da Mitropa, no caso Espanha, França e Portugal, além da Itália. A Alemanha, ainda se reconstruindo da Primeira Guerra Mundial e sob a sombra do Nazismo, não jogou nenhum dos torneios, enquanto os times britânicos, assim como a seleção, tinham ainda muito medo da internacionalização. O auge da Copa Mitropa foi entre 1927 e 1939, sendo que já em 1940 a competição foi interrompida devido à Guerra e só voltaria a ser disputada na década de 50, perdendo força.
A Mitropa foi o grande palco de equipes do início da era profissional do futebol, como o Ferencváros da Hungria, o Sparta Praga da Tchecoslováquia, o Austria Viena e o Bologna, todos esquadrões que marcaram a década de 1930. Contudo, alguns dos melhores times da década, como o lendário Arsenal de Herbert Chapman e o Nuremberg e o Schalke 04, dominantes no futebol alemão na época, não disputaram o torneio, deixando para a eternidade a questão de como seriam os seus desempenhos.
A Taça Latina, que era disputada em sede única entre quatro equipes, seguiu até os anos de 1950, tendo a sua última edição acontecendo em Paris. Nessa ocasião, o Real Madrid venceu o Belenenses por 2 a 0 em uma semifinal, enquanto o Stade de Reims derrotou o Milan por 3 x 2 na prorrogação na outra partida. Na final no Parc des Princes, o Real Madrid acabou batendo o Stade de Reims por 2 a 0, ficando com a taça. O curioso é que a Copa Latina coexistiu por dois anos com a Copa dos Campeões: o Milan foi campeão em 1956 e o Real Madrid em 1957.
O sonho vira realidade
O grande idealizador da Liga dos Campeões foi o jornalista francês do L'Équipe, Gabriel Hanot. A ideia era reunir os melhores times do continente em um torneio que seria disputado nas noites de quarta-feira.
A competição idealizada pelo L'Équipe teve início em setembro de 1955, após aprovação no congresso da UEFA, que contou com vários clubes do continente. A primeira edição do torneio contou com alguns clubes campeões e outros convidados. Anderlecht, AGF Arhus, Djurgardens IF FF, Milan, Real Madrid, Stade de Reims e SC Rot-Weiss Essen eram campeões nacionais. Sporting Lisboa, Partizan Belgrado, MTK Budapeste, Servette, Hibernian, Gwardia, Rapid Wien, PSV Eindhoven e Saarbrucken foram convidados a participar. Nenhum clube inglês participou dessa primeira edição. Pouco antes, o Wolverhampton Wanderers se considerou campeão europeu após uma passagem pelo leste da Europa, quando em amistosos derrotou o Lokomotiv Moscou, o Spartak Moscou e, sobretudo, o Honvéd, que era a base da seleção húngara.
O primeiro jogo da Taça dos Clubes Campeões Europeus aconteceu na cidade de Lisboa. O jogo contou com o Sporting, clube mandante, empatando em 3 a 3 com o Partizan. A equipe iugoslava venceu o segundo jogo em Belgrado por 5 a 2 na volta e se classificou para a segunda fase.
O Real Madrid dominou a competição nos primeiros anos, conquistando as cinco primeiras edições. Depois disso, o equilíbrio se tornou a tônica do campeonato, e somente duas vezes um clube venceu três edições seguidas, antes do próprio time merengue entre 2016 e 2018: o Ajax entre 1971 e 1973 e o Bayern de Munique em 1974 e 1976. O Liverpool, entre o final da década de 70 e o começo da de 80, conquistou quatro taças, mas de maneira alternada (voltaria a vencer ainda em 2005 e 2019).
Em 1989 e 1990, o Milan se sagrou Bicampeão de maneira consecutiva, fato que nunca mais se repetiu, até o feito do Real em 2017. Após um teste em 1991/92, o torneio, que antes era todo disputado em mata-mata, ganhou uma fase de grupos, e na temporada 1992/93, passou a se chamar Liga dos Campeões (UEFA Champions League).
No Final do Século XX, a competição ganhava cada vez mais ares de Globalidade, e passou a contar também com alguns vice-campeões, terceiros e quartos colocados das principais Ligas. A partir daí, surge uma fase preliminar, que hoje conta desde o seu inicio com mais de 50 equipes, o que dá a chance de clubes de todo o continente disputarem o torneio.
A partir da temporada 2024/25, a Liga dos Campeões terá um novo formato. O torneio europeu contará com 36 equipes em vez das atuais 32, o que significa que mais quatro clubes terão a oportunidade de competir contra os melhores times da Europa. O atual sistema de fase de grupos será abandonado. Em vez disso, os 36 clubes participarão de uma competição composta por uma única liga. Cada clube enfrentará oito oponentes diferentes, disputando metade dos jogos em casa e a outra metade fora. Para determinar os adversários, as equipes serão divididas em quatro potes e sorteadas para enfrentar dois times de cada pote. O torneio vira praticamente uma Superliga Europeia, e foge um pouco das suas origens, para se adaptar as exigências dos clubes grandes, cada vez mais sedentos por cotas de TV e patrocínios bilionárias.
Em 1989 e 1990, o Milan se sagrou Bicampeão de maneira consecutiva, fato que nunca mais se repetiu, até o feito do Real em 2017. Após um teste em 1991/92, o torneio, que antes era todo disputado em mata-mata, ganhou uma fase de grupos, e na temporada 1992/93, passou a se chamar Liga dos Campeões (UEFA Champions League).
No Final do Século XX, a competição ganhava cada vez mais ares de Globalidade, e passou a contar também com alguns vice-campeões, terceiros e quartos colocados das principais Ligas. A partir daí, surge uma fase preliminar, que hoje conta desde o seu inicio com mais de 50 equipes, o que dá a chance de clubes de todo o continente disputarem o torneio.
A partir da temporada 2024/25, a Liga dos Campeões terá um novo formato. O torneio europeu contará com 36 equipes em vez das atuais 32, o que significa que mais quatro clubes terão a oportunidade de competir contra os melhores times da Europa. O atual sistema de fase de grupos será abandonado. Em vez disso, os 36 clubes participarão de uma competição composta por uma única liga. Cada clube enfrentará oito oponentes diferentes, disputando metade dos jogos em casa e a outra metade fora. Para determinar os adversários, as equipes serão divididas em quatro potes e sorteadas para enfrentar dois times de cada pote. O torneio vira praticamente uma Superliga Europeia, e foge um pouco das suas origens, para se adaptar as exigências dos clubes grandes, cada vez mais sedentos por cotas de TV e patrocínios bilionárias.
Para conferir a história de todas as temporadas, ano por ano, clique aqui, ou abaixo:
Confira abaixo, a história da Champions League, temporada por temporada:
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